domingo, 8 de maio de 2016

Os tempos livres e os projetos das escolas

Nesta discussão deslocada (digo deslocada porque o que está em questão é o financiamento de privados com dinheiros públicos ao mesmo tempo que o estado desperdiça e não financia recursos pagos por todos) usa-se por vezes o argumento de que os pais trabalham e nas escolas públicas não há atividades para além das aulas, enquanto os progenitores estão ocupados.
Só em parte é verdade. Muitas escolas públicas também o fazem, e fazem mais que alguns privados que praticam a censura (nem todos e há que distinguir cooperativas a sério de empresas lucrativas), mas não fazem mais porque não as deixam fazer, isto é, porque o estado desvia verbas para os privados e para outros destinos e porque continua a centralizar tudo.
Se o Estado prescindir da prisão e teia burocrática, mesmo com menos recursos financeiros, as escolas, com autonomia a sério, com projetos próprios, diferenciados, poderão fazer muito mais, sem estarem sujeitas à inculcação de ideologias religiosas conservadoras (não confundir com religiões) ou reprodução e incremento de práticas sociais discriminatórias, inconcebíveis num estado onde todos têm direitos.

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