terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Da maçonaria e dos suspeitos do costume e em geral.



Longa é a história da maçonaria, mas há princípios que foram essenciais na construção de sociedades mais pluralistas e justas. Longa tem sido a história da luta contra a intolerância, o reacionarismo, o desrespeito pelos direitos cívicos e pela afirmação dos ideais da liberdade, igualdade e fraternidade dos povos e dos indivíduos, a procura da verdade e a explicação das coisas e não a simples crença e obediência à autoridade.
Longa tem sido também, em Portugal e noutros países a atitude persecutória em relação à diferença, à liberdade individual. De vez em quando ainda vem ao de cima esta mania, não só de suspeitar das pessoas, como exigir que todos se comportem da mesma forma perante o grande Leviatã e os seus eunucos que pedem mais e que confessem tudo o que se suspeita e se acrescente à acusação aquilo que não se sabia ainda, como fazia a Inquisição ou a modernizada DGS.
Não existem organizações impuras, e até os santos, pelo menos antes de o serem, foram quase sempre pecadores, como S. Paulo até ao caminho para Damasco.
Agora andar a exigir que as pessoas digam tudo o que pensam, tudo o que fazem, registarem tudo para que não sejam suspeitos à partida e à chegada e a cada hora é cavar a sepultura de uma democracia ainda em construção.
Que se responsabilize quem prevarica, que se julgue quem comete crimes, mas deixe-se as pessoas participarem onde quiserem e pensarem aquilo que lhes apetecer, desde que não prejudiquem os direitos dos outros.

Constituição da República Portuguesa
Artigo 35.º
Utilização da informática
[…]
3. A informática não pode ser utilizada para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem étnica, salvo mediante consentimento expresso do titular, autorização prevista por lei com garantias de não discriminação ou para processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis.
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