domingo, 3 de abril de 2011

Eleitoralismos de curto prazo e irresponsabilidade contínua.

As direitas e as esquerdas continuam a existir.  À direita e à esquerda é possível haver gente que pense a longo prazo. Não falo em valores, que estou farto desses discursos sobre valores que são mais que demagogia quotidiana, nem em nacionalismos, palavra tão gasta neste últimos séculos, tão usada e violentada.
Não se trata só de encontrar culpados, porque a culpa não serve para nada. O estado do Estado a que se chegou continua a exigir medidas e estratégias que não são visíveis para quem procure uma solução. O Estado português foi adquirido essencialmente por três partidos, o PS, o PSD e o CDS, com clientelas que o esvaem, tornando-se difícil distinguir os interesses financeiros dos interesses partidários. Mas, ainda por cima, deixaram de ter sentido de estado, preocupando-se sobretudo com os interesses imediatos de conquista das últimas migalhas do poder.
Percebe-se porque o PSD não apoiou um dia as medidas do governo levando-o à queda, para no dia seguinte vir Pedro Coelho propor o mesmo e até mais aumentos do IVA e ir a correr a Bruxelas a dizer que iria fazer mais do mesmo ou pior, depois de dar tantos avales a este governo e às suas medidas? Percebe-se que o PSD tenha agora proposto o fim do modelo de avaliação dos professores quando poderia tê-lo feito há um ano sem este desgaste sem fim de todos? Percebe-se que um presidente da República tenha dividido o país entre os que são a seu favor e os que são contra e venha agora apelar à conciliação, depois de nada ter feito por isso? Para quê convocar eleições se agora andam esses a defender o mesmo?
Há muitos que compreendem as dificuldades do Estado. Mas é preciso mais e de outra maneira. Porquê reduzir os vencimentos apenas aos funcionários do estado e empresas públicas (e aí com diferenças)? Só esses é que usam os serviços, como a Saúde, Educação etc.? Não haveria alternativas mais igualitárias, salvaguardando os que nada mais podem pagar porque quase nada têm para manter a dignidade? Por que não mexer na Justiça, fazer pagar, se possível, e em tempo útil,  os que têm roubado, e prevenir que não se repitam situações de extorsão dos bens públicos?
É urgente saber o que se passa neste país. A embrulhada de (falta) de informações de nada serve. Muito menos esta zanga de comadres que dizem que vão fazer o mesmo mas não querem assumir. Mas hão-de querer que sejam os do costume a assumir os custos. Eles já os aumentaram.

2 comentários:

José Manuel Chorão disse...

João: o meu anterior comentário a este post, por ti censurado, limitava-se a constatar que, sejam quais forem os políticos que dirijam este país, todos vão à Merkell, porque na verdade é ela que manda na Europa, Portugal incluído.
Ou seja, era uma maneira brincalhona, jogando com o nome da senhora, de dizer que estamos dependentes dos alemães.
O que é que viste de ofensivo no comentário que te levou a censurá-lo?
Que fique claro: não me estou a queixar, o blogue é teu, publicas o que bem entenderes e não tens de dar cavaco a ninguem.
Só estou espantado (ou talvez não) com o facto de que tu, que te dizes defensor das liberdades, afinal tambem tens um lápis azul.
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(Este comentário, obviamente, não é para publicar. É apenas um desabafo, uma constatação. Prometo que não te voltarei a incomodar, os lápis estão caros e não quero ser responsável por gastares o teu.)
um abraço
josé manuel chorão

João F.B.R. Simas disse...

Não há censura nenhuma, apenas não apareceu nenhum comentário. Quem não sabe fazer as coisas deveria reflectir primeiro, em vez de publicar conversas destas, a presumir coisas que imaginou à custa das pretensas intenções dos outros. A Filosofia ensina isso!