sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Viva o Egipto

Finalmente Mubarak percebeu e os outros que vêm com ele e o sustentam e se sustentam.

Tinha que sair, não se trata de uma concessão. As pessoas estão fartas!

O Egipto tem uma população que exige ter direitos como outros: o direito à cidadania, com todos os que vêm incluídos: Direitos e Liberdades, de expressão, de participação, acesso à cultura e ensino, habitação, trabalho ....  Direitos que há muito foram e são quotidianamente exigidos noutros países. Direitos que são pagos pelos cidadãos egípcios que a eles têm direito, porque são cidadãos e sendo cidadãos hão-de contribuir para que todos o sejam.

Os egípcios têm sido vítimas de concepções geoestratégicas e de esquecimentos para manter interesses externos. Como nós por cá durante muitas décadas. Como portugueses que passámos por longa ditadura, como espanhóis que passámos por longa ditadura, como gregos ..., como tantos, devemos também solidariedade àqueles que querem coisas tão simples como viver em paz e dignidade.

Há quem se preocupe com o "status quo". Não o fizessem, não o mantivessem à custa de tanta gente comum.

Se o problema é Israel, que transformem um estado racista num estado democrático. E digo racista, porque nem sequer os cidadãos árabes israelitas têm os mesmos direitos que os outros que chegaram há pouco tempo, nem os palestinianos atrás do muro da vergonha, expulsos das suas terras e continuamente bombardeados e ocupados, tratados como párias e suspeitos à nascença.

Se o problema é o petróleo e o Canal do Suez que tratem dele e que paguem a quem devem.

Se o problema é o da possibilidade de triunfar um fundamentalismo islâmico, que comecem a estudar História e Sociologia e a deixar de apoiar os fascismos islâmicos do Afeganistão, da Arábia Saudita e de outros lados, com diferenças entre si mas com opressões comuns.

O Egipto tem uma cultura muito antiga e diversificada e uma história de luta pelo progresso e pelos direitos. Não cabe em clichés e estereótipos dos outros.

Há muita gente no Egipto que quer ser igual a nós, na sua diversidade mas nos direitos, sem  novas prisões religiosas ou outras. Apoiemos esses que são a maioria e, mesmo que não fossem, a Fraternidade que herdámos das revoluções europeias é uma palavra pela qual tantas gerações , a quem devemos, lutaram e não em vão.

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