segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre a política e religiões nas escolas

Hoje, embora não seja ainda obrigatório, é quase consensual que a escolaridade de um jovem seja o 12º ano, nos cursos científico-humanísticos (que têm em vista o prosseguimento de estudos no ensino superior) ou nos cursos tecnológicos (em extinção) ou ainda nos profissionais.

Um estudante de 12º ano tem 17 ou 18 anos, atinge a maioridade legal no final deste ciclo de estudos ou está prestes a atingi-la. Pode votar e fazer outras coisas. Deve conhecer minimamente a sociedade onde vai poder participar de uma forma ou de outra. E, portanto, deve ter a possibilidade de escolher, mesmo que a sua escolha seja a recusa. O que não deveria acontecer é a situação de não ter conhecimentos nem instrumentos que não lhe dêem a oportunidade de ser cidadão de pleno direito. O Estado tem aí um papel essencial, através do sistema de ensino, não pela inculcação de valores (já passou a moda dos totalitarismos !?), mas pelo permitir e incentivar as pessoas a participar conscientemente.

Por isso, penso que é essencial os jovens conhecerem as ideologias e práticas políticas, actuais e também a sua história, a administração nacional, regional e local, os órgãos de soberania etc.
Já existe uma disciplina de Ciência Política no 12º ano. Mas é opção, tal como Psicologia, Direito, Física ou Química, o que torna difícil optar.

Não creio que fosse muito difícil incluir uma disciplina de Ciência Política ou Introdução à Política ou Educação Cívica, obrigatória no Ensino Secundário. Bastaria uma aula por semana.

O mesmo em relação às religiões. Quer se seja ateu, agnóstico, praticante ou não, não se pode ignorar o fenómeno religioso nem a sua importância na cultura. Também não se pode só deixar as religiões entregues à ignorância ou ao proselitismo. Um jovem deveria ter a possibilidade de conhecer os princípios e práticas religiosas das várias religiões e não apenas de uma única, para que possa compreender este mundo globalizado.

São escolhas possíveis. Com a ignorância apenas ganham a alienação, a indiferença e os fanatismos.

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